segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Até os Gênios Sofrem

Steve Jobs não é o único homem rico e poderoso a ter que se afastar para tratamentos. Doenças derrubaram alguns dos cérebros mais geniais e artistas
Gisele Brito e Kátia Mello


A dor não faz diferença entre os homens. Steve Jobs, apesar de toda a fortuna e prestígio, é vítima de uma doença que ainda não é totalmente dominada pela ciência. Assim como outros homens ricos, gênios e personalidades midiáticas poderosas.

Em 1991 Michael J. Fox, um dos atores mais promissores de Hollywood, anunciou que sofria de mal de Parkinson, doença degenerativa do sistema nervoso central, ainda sem cura. Ela causa tremores e rigidez muscular, o que, entre outras coisas, afeta a mobilidade e a expressão facial, fundamentais para o trabalho de qualquer ator.

Nessa época, o americano Stephen Hawking já convivia há quase 30 anos com uma esclerose lateral amiotrófica, doença que degenera os músculos, e, mesmo incapacitado de falar e de suportar o peso da própria cabeça sobre o pescoço, ele já era considerado o físico mais importante da história, depois de Albert Einstein.

Jobs preferiu não se expor frágil em público, e a imagem em que aparece debilitado foi flagrada por um paparazzo. Fox e Hawking vivenciam suas doenças publicamente e, por conta disso, sempre receberam a solidariedade de fãs e admiradores. Mas para o psicólogo e professor de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jorge Castellá Sarriera, o fato de o doente ter uma imagem pública, pode criar dificuldades para encarar a recuperação. “Se a pessoa está disposta a lidar com a curiosidade dos outros e receber o apoio de desconhecidos, pode ser positiva, mas se ela não está disposta e há uma superexposição da doença, pode afetá-lo negativamente”.

A celebridade, independentemente do meio em que transite, ainda pode ter uma autoimagem de intocável e superpoderosa, baseada no fato de ter admiradores ou ter sob seu comando empregados, o que pode dificultar a aceitação de limitações. “Aceitar uma fragilidade, nesses casos, pode ser realmente muito difícil”, acredita Sarriera.

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