Ouro na Cabeça
Estudantes brasileiros se destacam em competições científicas e profissionais, e trazem medalhas inéditas para casa
Talita Boros


Entre todas as modalidades, a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) é a mais tradicional. Realizada desde 1959, a competição deste ano reuniu representantes de 101 países. Com a boa colocação (o Brasil ganhou seis medalhas), o País passou do 35º no ranking em 2010 para o 20º lugar. O mineiro André Macieira Braga Costa, de 15 anos, foi um dos que trouxeram uma medalha (de prata) para casa. Aluno do 1º ano do ensino médio, ele conta que começou a participar de competições nacionais por acaso, mas depois tomou gosto pelas provas. “Quando entrei na 5ª série, participei pela primeira vez. Ganhei uma medalha de cara e isso me animou. Antes, não gostava tanto de matemática”, diz.
Decidido a seguir carreira por um dos ramos da Engenharia, Costa destaca a importância das olimpíadas científicas para quem deseja estudar fora do Brasil. “A olimpíada é uma oportunidade para se destacar e conseguir uma bolsa. Não pretendo estudar fora, mas tenho colegas de equipe que querem. Tenho certeza que vão conseguir por causa da olimpíada. É uma grande chance”, diz. Para participar de uma competição internacional científica, independentemente da modalidade, normalmente é preciso obter boa colocação nos jogos brasileiros. Só assim estará apto a disputar vagas para representar o País.

Além das competições científicas, o Brasil foi o segundo colocado geral no WorldSkills 2011, o maior torneio de formação profissional do mundo, realizado em Londres. Os competidores brasileiros, alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ganharam seis medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze. O carioca Rodrigo Ferreira da Silva, de 20 anos, foi um dos responsáveis pelas medalhas de ouro, na categoria “joalheria”. Rodrigo descobriu a profissão ao visitar uma loja do segmento onde o pai era recepcionista. “No tour para os filhos dos funcionários, vi os ourives trabalhando e, naquele momento, tive certeza do que seria na vida”, diz Silva. Seu grande sonho é mostrar ao mundo o talento do joalheiro. “A mão de obra na área é cada vez mais escassa no País, as empresas buscam lá fora o que podem achar aqui. Luto para que esse quadro se reverta”, enfatiza o rapaz.
Até 2014, o governo federal vai conceder 100 mil bolsas de intercâmbio a estudantes em modalidades do nível médio ao pós-doutorado, pelo programa “Ciência sem Fronteiras”. A meta é incentivar a inovação tecnológica no País e o registro de patentes. O programa receberá R$ 3,6 bilhões em investimentos e, entre as oportunidades, há vagas para alunos premiados em olimpíadas.
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