segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Força dos Evangélicos

Os vencedores
Da Folha Universal




Antes mesmo de Dilma Rousseff (PT) ser eleita a primeira mulher presidente do Brasil, o jornal “The Wall Street Journal Americas”, uma versão do diário nova-iorquino destinado à América Latina, disse que os vencedores das eleições brasileiras foram os evangélicos. Foi exatamente esse o título da edição, publicada em espanhol do último dia 28 de outubro: as eleições brasileiras já têm um grande ganhador: os evangélicos.

A publicação destaca a importância decisiva adquirida pelos evangélicos nos rumos da disputa eleitoral, quando, ao invés de temas econômicos, os debates da campanha foram centrados sobre questões morais, como o aborto.

O jornal lembra que em 13 de outubro, num encontro com líderes evangélicos, a então candidata e hoje eleita Dilma Rousseff disse que não apoiaria iniciativas para legalizar o aborto, firmando seu compromisso por escrito. A súbita discussão de temas morais é, de acordo com acadêmicos ouvidos pelo jornal, fruto da estabilidade econômica que o País atravessa.

Segundo eles, quando o País vivia uma crise financeira, os eleitores estavam demasiadamente preocupados com o risco de um colapso econômico para se inquietarem com outros assuntos.”Normalmente os temas morais ocupam um lugar secundário diante das preocupações institucionais e econômicas”, assinala ao “The Wall Street Journal Américas”, o professor Paul Freston, da Universidade de São Carlos, autor de um livro sobre os evangélicos e a política dos países em desenvolvimento. “Isso pode estar mudando e é um sinal de que um processo mais aberto e democrático está abrindo espaço para outros assuntos.”

Ainda segundo o jornal, alguns cálculos apontam que atualmente 20% da população brasileira, perto de 40 milhões de pessoas são evangélicos. O que segundo o jornal representaria uma das maiores populações de evangélicos do mundo, fora dos Estados Unidos. E ainda de acordo com o jornal, candidatos que se definem como evangélicos conquistaram 50% mais cadeiras no parlamento, 71 em um total de 600 em disputas.

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