quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Em 14% dos casais, mulher é chefe da família

Dar as ordens dentro de casa já não é mais exclusividade dos homens. A quantidade das famílias chefiadas por mulheres cresceu nos últimos anos, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre 2001 e 2009, aumentou de 27% para 35% a proporção dos lares comandados por elas no País, totalizando quase 22 milhões de residências sob a chefia feminina. Apontado pelo instituto como um fato novo na sociedade brasileira, um perfil que desperta a atenção é o das mulheres que, mesmo com um companheiro, são o arrimo da família. Cerca de 14% dos casais com ou sem filhos eram chefiados por elas em 2009. Segundo o Ipea, "o tradicional arranjo casal com filhos com um homem como ‘cabeça do casal’ passa a ser substituído por situações em que a mulher é tida como a pessoa de referência na casa".


Em geral, as mulheres responsáveis pela família têm maior escolaridade, dividem a rotina de trabalho fora de casa com os afazeres domésticos, trabalham mais e ganham menos. "Não há mais a ideia da figura feminina só dentro de casa, mas nem por isso a mulher deixou de realizar as atividades domésticas, o que gera uma sobrecarga tanto física quanto emocional", diz Madalena Guilhon, coordenadora-geral do Elas Fundo de Investimento Social.


A taxa de fecundidade também diminuiu entre as mulheres, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 10 anos, despencou de 2,38 para 1,9 a quantidade de filhos por mulher, o que torna as famílias brasileiras cada vez menores. Hoje, em média, há 3,3 moradores por domicílio, contra 5,3 pessoas que dividiam o mesmo teto há 50 anos. "A maior escolaridade das mulheres e o acesso à educação permite que elas planejem a gravidez. Além disso, pesa a questão econômica. Criar um filho custa caro e a mãe quer sempre dar o melhor para ele", diz Madalena.


Ainda segundo dados do IBGE em 2010, mulheres com mais anos de estudo são mães mais tarde e têm menos filhos. Aquelas com ao menos o ensino fundamental completo tinham, em média, 1,68 filho, quase a metade do número de filhos tido por mulheres com até 7 anos de estudo, que é de 3,19.


Mas mesmo com tantas mudanças, a mulher ainda desempenha um importante papel no equilíbrio emocional da família. "Ela funciona como uma mediadora, uma figura de acolhimento, uma pessoa que decodifica o ambiente. A família é uma espécie de laboratório, onde é preciso ter alguém que ensine, acolha e escute. É importante que alguém cuide disso", diz a terapeuta familiar Maria Luiza Vieira Fava.

Fonte: F.U

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