Enem de cara nova
Critérios de avaliação estão mais claros e valem para a prova que será realizada em novembro. Exame é a porta de entrada para 94 universidades públicas
Içara Bahia | Arte: Eder Santos

Para facilitar a compreensão das mudanças, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram um manual para explicar a nova metodologia e competências exigidas, além de trazer os melhores textos da edição passada, comentados e analisados.
Para o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, a intenção é tornar o processo o mais transparente possível para participantes como o estudante Luis Eduardo Mendes Bueno, de 22 anos, que acredita nas melhorias. Ele fez o exame no ano passado e não ficou satisfeito com a correção. “A nota não foi a que eu esperava. A correção não foi justa. Achei a mudança excelente e acredito que, a partir de agora, a avaliação vai ser feita de forma mais honesta”. Esta é a primeira vez que o Inep publica um guia específico com dicas e orientações para a produção da redação.
Na opinião do supervisor de português do Sistema Anglo de Ensino (SP), Francisco Platão Savioli, a mudança é positiva. “Os critérios passam a ser expostos com mais clareza para todos os candidatos, de modo que é de se esperar que se melhore o resultado das correções sob o ponto de vista da justiça, sem depender do ponto de vista do humor ou das convicções pessoais dos corretores.” Cerca de 1,6 milhão de exemplares foram distribuídos em escolas públicas de todo o País. O manual também está disponível no site www.inep.gov.br.

O manual explica que a nota da redação varia de 0 a 1.000 pontos e dois corretores vão dar as notas iniciais. Se a diferença entre elas for superior a 200 pontos, o texto será avaliado por outro examinador. O resultado da terceira correção será comparado com as correções anteriores e o cálculo final deverá ser feito com as duas notas mais próximas entre si. Caso a terceira nota também tenha diferença de mais de 200 pontos em relação às notas iniciais, a redação será avaliada por uma banca de três professores, que decidirá sobre a nota final. A redação será dividida em cinco competências, cada uma valendo até 200 pontos. Caso haja diferença de 80 pontos na correção de cada uma delas, o item também passará pela avaliação do terceiro corretor. Antes, as redações eram corrigidas apenas por dois profissionais e, em caso de diferença de mais de 300 pontos, o texto era avaliado por um supervisor, que dava a nota final ao candidato. “A diminuição da diferença entre as notas dadas pelos avaliadores torna a correção mais justa”, diz Francisco Savioli.

Para a diretora da central de Cursos Gênesis (SP), não há motivo para preocupação. “As alterações conferem igualdade na atribuição de notas, pois se sabe que em edições anteriores houve muita reclamação de discrepância de notas e pedidos de correção da pontuação atribuída”. Segundo ela, vestibulares tradicionais e o Enem avaliam se o candidato está informado e atualizado em relação aos principais acontecimentos políticos, econômicos e sociais do País e do mundo.

Este mês, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, declarou ao programa de rádio “Hora da Educação” que é preciso modificar o atual currículo escolar e organizá-lo com base nas quatro áreas do conhecimento cobradas pelo Enem: matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências da natureza e ciências humanas. A ideia de reformular o currículo não é nova, mas voltou à tona depois dos resultados insuficientes das escolas de ensino médio de todo o Brasil, revelados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Nenhum comentário:
Postar um comentário